A Ilha de Gorée,descoberta em 1444 pelos Portugueses que lhe chamaram Ilha da Palma, classificada pela UNESCO como Património da Humanidade, situa-se a três quilómetros a Este da capital do Senegal, e guarda, ainda hoje, "A Casa dos Escravos", o símbolo mais representativo da actividade negreira.
A casa foi construída em 1786 pelos descendentes mestiços do médico naval Jean Pépin. No piso térreo, passado o portão de entrada chega-se a um pátio rodeado dos quartos dos escravos domésticos e das celas onde os escravos eram aprisionados, depois de serem separados por idade e sexo antes de serem levados para a América. Nas traseiras, abre-se uma porta sobre o mar,a porta de "viagem sem regresso", sobre o ponto onde atracavam as chalupas que levavam os escravos até aos barcos ancorados ao largo ou, na opinião de alguns historiadores para atirar ao mar os cadáveres dos que não resistiam ao período de cativeiro.
No andar superior, a casa transforma-se numa confortável residência burguesa de finais do século XVIII, onde estavam instalados os comerciantes.
Sabe-se hoje que foram comerciados cerca de 15 milhões de escravos, a grande maioria homens em plena força de trabalho. A iniciativa do tráfico negreiro coube a Espanha, que a aprtir do século XVI atingiu "proporções colossais". Por ter iniciado mais cedo que Portugal a ocupação definitiva das terras americanas, apercebendo-se da fragilidade da mão-de-obra indígena e a dificuldade de adaptação ao clima/ execução de trabalhos duros em climas tão quentes por parte dos europeus, a Espanha encontrou no escravo negro a solução para esta situação. Por isso, a mão-de-obra escrava era tão procurada. O preço de um escravo negro atingiu os 300 mil réis, enquanto o índio rondava os 50 mil réis.
Mais tarde, Portugal sentiu as mesmas necessidades. Estima-se que, em meados do século XVII tivesse levado para este país 40 mil escravos, número que subiu até cerca de três milhões no século XIX.
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