Apesar de pouco se saber sobre Luís Vaz de Camões, ainda assim mesmo o pouco que se sabe é, ainda assim e na maioria dos casos, duvidoso. Pensa-se que Luís de Camões nasceu em Lisboa, talvez no ano de 1524, sendo descendente de uma família oriunda do Norte do país, mais precisamente de Chaves, mas este é um dos fatos sobre os quais não há certezas. Para os defensores desta tese, Luís Vaz de Camões era filho de Simão Vaz de Camões e de Anna de Sá e Macedo. Se assim for, por parte do pai, Luís de Camões seria trisneto do trovador galego Vasco Pires de Camões, sendo também, da parte da mãe, parente do famoso navegador português, Vasco da Gama.
Luís de Camões viveu, provavelmente, durante algum tempo em Coimbra onde terá frequentado aulas de Humanidades, no Mosteiro de Santa Cruz, local onde vivia um tio seu que era padre. No entanto, embora seja certa e esteja mesmo documentada a existência desse tio, D. Bento de Camões, não existe qualquer registo da passagem do poeta por Coimbra. Mesmo assim, essa tese parece ser a mais provável, na opinião dos vários estudiosos da sua vida pois, segundo esses, em algum lado Luís de Camões deve ter adquirido a grande bagagem cultural que demonstra possuir através das suas obras. Após essa fase da sua vida, Luís de Camões terá regressado a Lisboa, onde levou uma vida de boémia. A Luís Vaz de Camões são atribuídos vários amores, não só por algumas damas da corte mas também pela própria Infanta D. Maria, irmã do Rei D. Manuel I.
Mais tarde, Luís de Camões decidiu regressar a Portugal, mas pelo caminho acabou por naufragar na costa de Moçambique, sendo forçado, por falta de meios para prosseguir a viagem, a ficar aí durante algum tempo. Foi aí, em Moçambique, que o seu amigo Diogo do Couto o encontrou, sendo este encontro relatado na sua obra, dando-nos assim a conhecer que o poeta estava nessa altura tão pobre que vivia da ajuda de amigos, daquilo que estes lhe podiam dar. Foi esse mesmo Diogo do Couto quem lhe pagou a viagem até Lisboa, tendo este finalmente aportado no ano de 1569.
Apesar de extremamente pobre e de se encontrar doente, Luís de Camões conseguiu ainda assim publicar “Os Lusíadas” em 1572, graças à influência que alguns dos seus amigos tinham junto do rei D. Sebastião. Mas, até mesmo a publicação da sua obra maior, “Os Lusíadas”, está envolta num pequeno mistério pois existem duas edições do mesmo ano e não se sabe qual foi a primeira. Assim, como recompensa pelos serviços prestados à pátria, o monarca português concedeu-lhe uma modesta pensão. No entanto, por ser sempre paga muito tardiamente, esta pensão também nunca foi suficiente para o salvar da extrema pobreza.
Luís Vaz de Camões acabou por falecer em Lisboa, no dia 10 de Junho de 1580, sendo sepultado a expensas de um amigo. O seu túmulo, situava-se na cerca do Convento de Sant’Ana, em Lisboa. No entanto, o mesmo perdeu-se com o terramoto de 1755, não se sabendo atualmente qual o paradeiro dos restos mortais do poeta, sendo esse o motivo de não estar sepultado em nenhum dos dois túmulos oficiais que hoje lhe são dedicados, sendo um deles no Mosteiro dos Jerónimos e o outro no Panteão Nacional.
Camões é considerado o maior poeta português, sendo que a sua obra situa-se entre o Classicismo e o Maneirismo. No entanto, alguns dos seus sonetos, pela ousada utilização dos paradoxos, prenunciam já o estilo Barroco que se aproximava.
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sexta-feira, novembro 25, 2011
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