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sexta-feira, novembro 18, 2011
Escravatura – Funções desempenhadas pelos escravos
«Quanto a alimento, passamos muito bem, porque sendo com abundância o fornecimento diário desta casa, todos os escravos são cozinheiros e o meu antigo preto é, além disso, o comprador, merecendo muito a minha estimação por não ter vícios alguns.
Temos lavadeira escrava da casa que, de duas em duas semanas, vai ao rio lavar a nossa roupa; e temos em casa duas negrinhas mocambas que são costureiras e engomadeiras, e uma delas é também rendeira. A mesma preta lavadeira é também compradora naquilo que lhe compete e todas elas cumprem o serviço, não só de cozinha como de sala, quando sucede ser preciso.»
Carta de um funcionário da Livraria Régia para o pai em Lisboa
«Toda a casa que se prezava era provida de escravos aos quais se haviam ensinado algumas artes mais comuns da vida e que não somente trabalhavam nessas especialidades para a família a que pertenciam, como eram também alugados pelos seus senhores a pessoas não tão bem providas quanto aqueles. Não conseguiam ganhar muito. Em 1808 considerava-se um jornaleiro bem pago com meia pataca por dia. Mas o afluxo de estrangeiros e a multiplicação das necessidades dentro em pouco elevaram o valor do trabalho e em grau exorbitante. Deu isso motivo a que surgisse uma nova classe social composta de pessoas que compravam escravos para o fim específico de instruí-los em alguma arte útil, ou ofício, vendendo-os em seguida por preço elevado, ou alugando seus talentos e trabalho.»
JOHN LUCCOCK, Notas sobre o Rio de Janeiro e partes meridionais do Brasil (1820), (este negociante permaneceu no Brasil entre 1808 e 1818).
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