É difícil imaginar como era a música que inundava os templos do Antigo Egipto. Era, radicalmente, diferente tanto na sua forma como no significado das que hoje escutamos. A partir dos hieróglifos e das inscrições encontradas em túmulos e templos, podemos adiantar que era marcada por uma forte religiosidade de carácter cosmológico. Isto é, era composta para simbolizar e venerar a ordem cósmica garantida pelos deuses. Entre a IV e a V dinastia (entre 2639 a. C e 2347 a. C), as artes eram uma autêntica via mística para o conhecimento. O ritmo e os sons harmónicos não eram entendidos como uma simples diversão; estavam ligados ao acto religioso. A tal ponto era assim, que, no Antigo Império (entre a III e a IV dinastia, de 2707 a. C e 2216 a. C.) não existia a palavra “música”. O termo utilizado e que se pronuncia hst refere-se sobretudo ao canto e inseria-se por completo num contexto religioso e fúnebre.
Entre os instrumentos preferidos figuravam as harpas, as flautas (feitas com canas e cuja técnica de corte e secagem ainda hoje é utilizada), os pandeiros, os guizos, os tambores, os címbalos e os duplos clarinetes. Mas o instrumento por excelência era a voz humana.
Sabe-se, também, que existia o quirómano – especialista em música que, sentado em frente ao instrumentista, lhe dava indicações modais e rítmicas através de diferentes gestos que fazia com os dedos e as mãos.
No Egipto dos faraós, o canto e a música eram actividades de elevado nível e, por conseguinte, havia centros de ensino especializados. Era uma música feita por e para os deuses, como reflecte o Hino às Sete Hathor: “Apaziguamos a tua majestade diariamente/ de modo que o teu coração se alegre ao ouvir os nossos versos”.
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