D. Pedro IV

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sexta-feira, agosto 23, 2013

Portugal na rede mundial de cabos submarinos


A partir de 1855, Portugal começo a receber propostas de companhias internacionais tendo em vista a amarração de cabos em território português, mas só a partir de 1869 foi publicado o diploma que dava prioridade às ligações Portugal/Inglaterra, Portugal/Gibraltar e Portugal/América do Norte, com ligação a pelo menos uma das ilhas do arquipélago dos Açores. Catorze anos mais tarde, a ligação Portugal-Inglaterra e Portugal-Gibraltar por cabo submarino foi adjudicada a Jules Despecher, representante da Falmouth Gibraltar and Malta Telegraph (companhia britânica de cabos submarinos). Foi no dia 2 de junho de 1870 que chegaram ao Tejo os três navios que iriam proceder ao lançamento do cabo submarino. No dia 8 de junho, o rei D. Luís recebia no Palácio da Ajuda a primeira mensagem: um telegrama de felicitações enviado pela Rainha Vitória. Ligado a Inglaterra, Portugal estava também agora ligado a Gibraltar, Malta, Índia e China. No ano de 1872 que a companhia britânica foi incumbida do estabelecimento das ligações à Madeira, Cabo Verde e Brasil. Esta rede de cabos submarinos melhorou e reforçou a ação do poder de Portugal sobre as colónias, permitiram a sua ligação ao resto do mundo e integrou-o na rede mundial de telecomunicações. Fonte: Maria Fernanda Rollo – in Ingenium Março/Abril 2013, pp. 92-93

segunda-feira, julho 08, 2013

Naus que chegam e naus que partem

Olá, eu sou o João!
 Moro junto ao porto de Lisboa, no século XVI.
Cada vez que vou à janela vejo naus a chegarem e algumas a partirem.
 Quando as naus aqui chegam trazem produtos muito variados, tais como: marfim, ébano, vidro, tecidos, pau - brasil, especiarias, pedras preciosas e outros objetos.
Estes produtos têm diversas origens, como por exemplo, Veneza, Brasil, Inglaterra, Angola, Moçambique e Molucas.
Gosto muito de viver nesta época do rei D. Manuel I, porque existe uma grande variedade de gentes e de produtos e porque se podem viver e imaginar as mais inesperadas aventuras!!!!!!!

João Fais 5º C nº 14


domingo, junho 30, 2013

O PORTO DE LISBOA

Eu sou o David
um rico burguês,
vivo no século XVI
e tenho orgulho em ser português!

Fui ao Terreiro do Paço
para passear,
e qual não foi o meu espanto
de ver tanta gente a trabalhar!

No Paço da Ribeira
as naus observei,
e também o palácio
da rainha e do rei.

De África e do Oriente
vinham muitas mercadorias
que foram guardadas na Casa da Índia
e antes em feitorias.

Fui à Ribeira das Naus
ver a sua construção,
mais tarde fui vê-las
partir na sua missão.

E a seguir fui à Alfândega Nova
ver o armazém cheio de mercadorias
e que estas do estrangeiro vinham
e a maior parte eram especiarias.

Fui ao Terreiro do Trigo
onde este é armazenado,
metido em sacas
e todo empilhado.

No fim desta aventura,
fui à Rua Nova dos Mercadores
vi muita gente como eu,
todos eles trabalhadores!

É bom estar de volta a casa
após tanta energia despendida,
acabo este meu poema
com esta quadra de despedida!


David Lopes 5º C nº7




A LISBOA QUINHENTISTA

John Travis, mercador inglês de tecidos, estava de visita à cidade de Lisboa, onde procurava novos clientes para o seu negócio. Sempre adorara esta velha cidade, protegida pela Cerca Moura e cheia de vestígios de antigos povos que por cá passaram. Todos os dias de manhã, John percorria a pé as ruelas estreitas de Lisboa, onde o casario se aglomerava à volta do castelo. Mas, o que ele mais admirava era o enorme Terreiro do Paço, praça nobre da cidade, à volta da qual se encontravam os mais importantes serviços de comércio e de apoio à navegação marítima. Era aí, no Paço da Ribeira, que o rei D. Manuel I vivia e todos os dias era possível vê-lo, de uma janela, a olhar o porto e a assistir deliciado à confusão da partida e largada das naus e ao descarregar das mercadorias. Muitos nobres procuravam imitar o rei, construindo palácios novos junto a esta zona ribeirinha.


O espectáculo do porto de Lisboa era magnífico e quase parecia que o mundo entrava pela porta a dentro: eram as coisas da China, as especiarias da Índia, o marfim de África e o pau do Brasil, sem esquecer os tecidos de Inglaterra ou os vidros de Itália. O número de navios era sempre enorme, descarregando mercadorias que entravam na Casa da Índia e na Alfândega Nova, de onde partiam para a feitoria portuguesa da Flandres, para daí serem distribuídas por todo o Norte e Centro da Europa. Próxima do porto, a Rua Nova dos Mercadores era o local favorito de John, não só pelo enorme movimento que tinha de gentes e produtos, como pela beleza que apresentava. Era calcetada e as janelas das casas tinham persianas com tabuinhas. Com casas de 3 e 4 andares, o que mais chamava a atenção eram as lojas cheias de pratos, de tecidos, de espelhos e de pérolas. Era a rua dos banqueiros, do comércio e dos mercadores.
De volta ao porto, John passava horas a ver os navios a serem abastecidos com água, biscoito, carne salgada e peixe seco antes da largada. Na hora da partida, os familiares aproximavam-se da água, acenavam com os seus lenços, os mesmos com os quais enxugavam as lágrimas de saudade pelos que partiam. Alguns homens de idade gritavam assustados, vendo na aventura dos descobrimentos uma obra do Diabo. Às vezes, D. Manuel I vinha ao porto acompanhar o movimento dos navios e controlar a entrada de riqueza no país. Soldados guardavam toda esta operação, impedindo tentativas de roubo ou fugas à última hora de marinheiros amedrontados.
Parecia que toda a Lisboa saia à rua e aplaudia com entusiasmo a coragem dos nossos homens. Os padres benziam as naus e abençoavam os bravos aventureiros, as crianças admiravam as cores e os objectos que circulavam pelo porto e os jovens divertiam-se a conhecer gentes novas. Parecia uma peça de teatro que tinha como palco a cidade de Lisboa e como atores os marinheiros, os soldados e os comandantes que partiam à aventura.

Chegou a hora do adeus. Para uma qualquer nau e para John, já que no dia seguinte partiria de regresso à sua terra, levando na memória a bela imagem de Lisboa.

Ricardo Bessa 5ºC nº 23

Olá a todos!

Voltamos com mais curiosidades e recriações da nossa muito rica História.
Desta vez, vamos publicar alguns textos de alunos da turma C do 5º ano, os quais recuaram no tempo e vestiram a pele de gentes da Lisboa Quinhentista. Ora, leiam!

Olá! O meu nome é Maria.
Estamos em pleno século XVI e encontro-me no porto de Lisboa. Aqui está uma grande confusão. Desde a descoberta do caminho marítimo para a Índia que aqui  chegam grandes navios (naus) carregados de especiarias e daqui partem muitos outros com os produtos cá comprados.
O porto de Lisboa está cheio de gente: os marinheiros que carregam e descarregam os navios, os comerciantes que fazem os seus negócios com as preciosas mercadorias. Também podemos ver muitos homens a construir e a reparar navios. Outros fazem cordas e preparam as velas para as embarcações. Há muito trabalho por aqui!
Um pouco mais adiante, temos um espaço novo - o Paço da Ribeira - mandado construir por D. Manuel I. Os edifícios são bem construídos e a praça central é grande e limpa. Daí o nosso rei avista toda a azáfama e dinamismo do nosso comércio.

Mariana Silva 5ºC  nº 19

terça-feira, março 26, 2013


EXPOSIÇÃO - CONCURSO “UM OLHAR SOBRE … OS NOSSOS CASTELOS”

O grupo disciplinar de HGP lançou o desafio a todos os alunos do 5º ano para replicarem um castelo português. A resposta foi muito positiva, pois foi possível juntar, na exposição que esteve patente na BE/CRE entre 12 a 15 de março, 30 exemplares, estando envolvidos 42 alunos!
No dia 15 tivemos a presença da Dra. Sofia Macedo em representação da Associação  Portuguesa dos Amigos dos Castelos (APAC), a qual numa palestra informal e muito animada transmitiu curiosidades sobre os castelos de Portugal, desde a sua dimensão, à localização, às lendas que lhes estão associadas e, imagine-se, ao cálculo do peso! Chegamos à conclusão que o tema dos castelos não tem só a ver com a História, mas que é multidisciplinar, podendo ser tratado por várias disciplinas como, por exemplo, a Geografia, a Matemática, o Português….
No final a representante da APAC e a da Associação de Pais e de Encarregados de Educação (APEE) da nossa escola reuniram, apreciando os trabalhos, pois tiveram de eleger 1º, 2º e 3º lugares. Foi uma tarefa difícil, pois a qualidade das maquetas ultrapassou as expectativas! Assim, foram criadas 3 categorias com 3 prémios:  Reprodução Original; Castelo da Imaginação e Materiais Reciclados.

Todos os outros trabalhos ficaram classificados em 4º lugar e todos os autores têm um Diploma de participação, gentilmente, passado pela APAC.

Estão de parabéns! Agradecemos a disponibilidade da APAC e da APEE na participação desta atividade.



UM OLHAR SOBRE... ALGUNS ASPETOS DA NOSSA ATIVIDADE




























VENCEDORES: 
Categoria - Reprodução Original 

Maria Canas - 5ºF
Manuel Quitéria - 5º C
Madalena Martins - 5ºN

Categoria - Castelo da Imaginação

Carolina Neves - 5º F
José Coelho - 5º D
Maria Telheiro/Mariana Silva/Andreia Henriques - 5º C

Categoria -  Materiais Reciclados

Madalena Jacinto - 5º A
Catarina Reis /Carolina Fernandes - 5º A
Emily/ Rafaela - 5º D



domingo, março 17, 2013

CONCURSO "CONTADOR DE HISTÓRIAS"


JÁ TEMOS NOVIDADES!

A 13.03.13 realizou-se a final do Concurso "Contador de Histórias". Os alunos finalistas aprumaram-se, vencerem o nervosismo inicial e lançaram-se em mais História e histórias!

Assim, e depois de muito boas apresentações, o Júri chegou a uma conclusão final:

1º Lugar - José Eduardo Esteves - 6º F - Nuno Álvares Pereira
2º Lugar - Gonçalo Siborro - 6ºH - S. Jorge e o Dragão
3º Lugar - Francisco Milheiro - 5ºC - Jerónimo de Ataíde

Estão de Parabéns! Não esqueçamos que todos os outros concorrentes ficaram em 4º lugar.

Obrigada pela presença de todos! Para o próximo ano há mais!

segunda-feira, março 04, 2013

CONCURSO "CONTADOR DE HISTÓRIAS"
 
 
 
Mais um ano, mais histórias da História! Tivemos oporunidade de apreciar o desfile de figuras de relevo como reis e rainhas, mas tanbém de relembrar alguns daqueles que têm um lugar muito modesto nos manuais ou mesmo inexistente.
 
Os nossos alunos do 2º ciclo do ensino básico fizeram uma viagem no tempo relembrando histórias, personalidades e acontecimentos, contrinuindo para a preservação do nosso património histórico e memória de uma identidade única!
 
 
 
SEMIFINAL
27.02.13
 
 
VENCEDORES

 
 
 
  • André Matos - 6º E
  • José Eduardo Esteves - 6º F
  • Francisco Milheiro - 5º C
  • Gonçalo - 6º H
  • Eulália Correia - 6º J
  • Beatriz estêvão - 5º I
     
A final realizar-se- à no dia 13 de março pelas 15.00h. Estejam atentos ! Daremos notícias!
     
     

quarta-feira, fevereiro 06, 2013

Sintra e o Japão


 
           
SINTRA E O JAPÃO
 
 
 OMURA
 
 
              SINTRA                                                                  
 
A vila de Sintra está geminada com a cidade japonesa de Omura desde 21 de agosto de 1997. Quer isto dizer que é considerada uma cidade irmã. E porquê uma cidade japonesa?
            A nossa riquíssima História dá-nos a resposta: Em 1543 os portugueses, de forma inesperada, aportaram nas praias de Tanegashima e desde então que não mais deixaram de visitar aquelas paragens. Ora por motivos económicos (trocas comerciais), ora por motivos religiosos (evangelização), os dois povos entrelaçaram o Ocidente com o Oriente num abraço duradouro apesar  do acontecimento de alguns episódios trágicos.
            A verdade é que o sucesso da evangelização em terra nipónica foi uma realidade que deveria ser testemunhada por toda a Europa cristã e, obviamente, por Roma. Neste sentido o padre Alessandro Valignano (Jesuíta), por volta de 1579 começou a pensar que a melhor prova que poderia dar de todo esforço recompensado levado a efeito pela Companhia de Jesus seria apresentar nas consideradas melhores cortes europeias provas vivas da conversão japonesa. Nada mais convincente seria do que apresentar japoneses cristãos. E não quaisquer japoneses, mas sim elementos de famílias poderosas. Seria como que apresentar os “filhos mais recentes da Igreja Católica” ao mundo cristão civilizado.
         Assim, a missão seria devidamente propagandeada e levaria, por razões óbvias, à rendição daqueles que não lhe davam a devida importância; poderia conseguir apoio financeiro para a Companhia; despertaria novas vocações, pois com tais provas, pelo menos, alguns espíritos jovens poderiam aderir aos jesuítas e, finalmente, seria uma demonstração do poder da Igreja Católica perante as cortes europeias.
            Os quatro jovens japoneses cristãos escolhidos eram oriundos das famílias mais importantes dos senhores de Kyushu (Omura): Mâncio Ito, Miguel Chijawa, Juliano Nakura e Martinho Hara. Para além de jovens e de serem filhos de gente importante, estes foram escolhidos, também, pela sua estrutura física robusta, de modo a poderem aguentar uma viagem tão longa e exposta a diversos perigos.
      
 
Assim em de fevereiro de 1582 partiram de Nagasáqui numa viagem que teria a duração de 8 anos ida e volta. Sigamos o seu itinerário:
 
  • 1582 (fevereiro) – partida de Nagasáqui -> 1584 (agosto) depois de escalas em Macau, Malaca e Goa (na nau Santiago) chegam a Lisboa: são recebidos pelo  Cardeal – Arquiduque Alberto de Áustria (que governava Portugal em nome do rei Filipe I de Portugal) -> seguem para Sintra e depois para Évora onde são acolhidos pelo duque de Bragança -> dirigem-se a Toledo local de curta paragem -> chegam a Madrid onde, em novembro, se encontram com o rei Filipe II (I de Portugal). Em fevereiro de 1585 embarcam para ItáliaPisaFlorença. Em março encontram-se em Roma: aí são recebidos e acolhidos pelo padre Cláudio Acquaviva, Geral da Companhia de Jesus - > Vaticano: ponto fulcral do percurso onde, em audiência, sua Santidade o Papa Gregório XIII, os recebe -> Junho – Veneza -> Milão – em agosto embarcam em Génova de regresso a Espanha. No mês de outubro já estão de volta Portugal, sendo recebidos em Vila Viçosa pelos Braganças. Seguem para Coimbra, Évora, Lisboa.
Em Abril de 1586 regressam ao Japão e aportam, no mês de Julho de 1590, no porto de Nagasáqui.
 
      
   
Para tais conhecimentos, contamos com a ajuda preciosa de Luís Fróis (padre jesuíta), pois fez o relato desta viagem no seu Tratado dos Embaixadores Japões da forma entusiástica como estes jovens japoneses foram recebidos e curiosamente denominados por “meninos japões”.
Logo no início da viagem e ainda na Índia, o vice – rei D. Francisco Mascarenhas ficou muito sensibilizado com a presença dos quatro rapazes, pelo que “…lhes deitou a cada um uma cadeia de ouro ao pescoço, com seus relicários feitos em Roma, ricos e de muita estima …”[1].
Em Portugal, o Cardeal Arquiduque de Áustria recebeu os jovens japoneses no Paço da Ribeira de modo muito alegre e afetuoso, sem lhes dar, ao mesmo tempo, muita importância, pois logo no dia seguinte partiu para Sintra, por fazer muito calor em Lisboa (14 de agosto). Apesar disso, deixou ao dispor dos jovens um coche de sua casa para que pudessem visitar a capital portuguesa em especial as suas igrejas (Mosteiro de Nossa Senhora da Graça, o mosteiro de Santo Elói, o Hospital del – Rei, o Colégio de Santo Antão).
Parecia não ter sido dado o devido relevo aos jovens japoneses. Contudo, passados alguns dias o cardeal chamou – os aos Paços de Sintra, pedindo-lhes que vestissem as roupas tradicionais japonesas, dado serem muito alegres e conferirem, certamente, um ar de folclore à sua estada. É de notar que a autoridade de Portugal não gostou de os ver vestidos de modo ocidentalizado, tal como Luís Fróis refere “… ordenou que fossem lá folgar os senhores japões, e mandou avisar … que folgaria de os ver vestidos a seu próprio uso japónico, porque quando foram visitar da primeira vez foram com mantos de raxa preta e roupeta de tafetá da China…”[2].
Em Sintra foram acolhidos no mosteiro de Penhalonga, visitaram o mosteiro de Nossa Senhora da Penha, tendo apreciado muito as peças de arte sacra e todo o aspecto rico, assim como a paisagem.
Por onde passaram, os jovens japoneses foram bem recebidos e olhados com muita curiosidade e estima. Era um milagre uma gente tão diferente e de terra tão distante com tantas afinidades com Portugal e, especialmente, com a cristandade!
Quando estes “embaixadores” se dirigiram ao Paço de Sintra, o Cardeal encontrava-se na companhia de pouca gente e, outra vez, mostrou o seu agrado em recebê-los. Desta feita, ficou verdadeiramente satisfeito ao observar os trajes “japónicos”: roupas de várias sedas e uso de duas espadas (terçado e catana), o que lhes conferia maior fidalguia.[3]
Em conversa, admiraram o Paço pelas suas pinturas e antiguidade, tendo-se, contudo, encantado com os repuxos interiores. Ao vice - rei foram mostrados biombos e oferecido um copo de dorbo de bada com pé de prata.
Após esta curta visita, recolheram a Penhalonga onde pernoitaram. Em comentários posteriores sabemos que estes jovens nipónicos contemplaram demoradamente a paisagem envolvente, tendo demonstrado especial apreço pela horta do mosteiro e admiração pela abundância de água.
A visita que se seguiu centrou-se no mosteiro de Nossa Senhora da Penha[4], também em Sintra e igualmente pertencente à Ordem de S. Jerónimo. O pitoresco desta deslocação foi a necessidade de seguirem de burro devido ao caminho ser muito íngreme e sinuoso, não podendo ser percorrido de coche.
Lá bem no cimo, então, as atracções existentes surtiram um efeito quase de encantamento, dado os viajantes terem ficado, verdadeiramente, fascinados com o local em si, uma vez mais a paisagem em redor e muito especialmente no interior do mosteiro um retábulo muito rico de mármore branco todo com figuras de Paixão e de Nossa Senhora.
A viagem prosseguiu com o regresso a Lisboa, tendo seguidamente, os jovens japoneses percorrido caminho até Roma, passando por Toledo e Madrid onde se encontraram, no Escorial, com o rei Filipe II de Espanha a quem ofereceram biombos. Seguidamente embarcaram com destino a Itália, chegando ao seu ponto fulcral: o Vaticano. Aí foram recebidos por Sua Santidade Sereníssima o Papa Gregório XIII, pouco antes da sua morte. Este mostrou-se emocionado e comovido, tratando os quatro rapazes de forma paternal e oferecendo-lhes roupa europeia, bem como algum dinheiro paras as suas despesas[5].
O êxito da visita a Sintra foi tanto que não mais ficou esquecido. Daí que tenha surgido a ideia da geminação da vila com a cidade de Omura para acautelar que a memória, só por si, pudesse ser insuficiente e se perder no fio do tempo…
 
 
Autora: Ana Paula Miranda


[1] Luís Fróis, Tratado dos Embaixadores Japões, p. 21
[2] Luís Fróis, ob.cit., p. 32.
[3] Cf Luís Fróis, ibidem, p.33.
[4] Note-se que esta construção corresponde ao atual Palácio Nacional da Pena que, inicialmente, era o referido  mosteiro Jerónimo.
[5] Cf, Armando Martins Janeira,, pág. 109.

 

 

 

 

 
 

quarta-feira, janeiro 16, 2013

17 de Janeiro: Dia do Patrono - Agrupamento de Escolas Miguel Torga





S.Martinho de Anta-Sabrosa
1907 - 1995

Portugal
Escritor português natural, de São Martinho de Anta, Vila Real. Proveniente de uma família humilde, teve uma infância rural dura, que lhe deu a conhecer a realidade do campo, sem bucolismos, feita de árduo trabalho contínuo. Após uma breve passagem pelo seminário de Lamego, emigrou com 13 anos para o Brasil, onde durante cinco anos trabalhou na fazenda de um tio, em Minas Gerais, como capinador, apanhador de café, vaqueiro e caçador de cobras. De regresso a Portugal, em 1925, concluiu o ensino liceal e frequentou em Coimbra o curso de Medicina, que terminou em 1933. Exerceu a profissão de médico em São Martinho de Anta e em outras localidades do país, fixando-se definitivamente em Coimbra, como otorrinolaringologista, em 1941.

Ligado inicialmente ao grupo da revista Presença, dele se desligou em 1930, fundando nesse mesmo ano, com Branquinho da Fonseca (outro dissidente), a Sinal, de que sairia apenas um número. Em 1936, lançou outra revista, Manifesto, também de duração breve.

A sua saída da Presença reflecte uma característica fundamental da sua personalidade literária, uma individualidade veemente e intransigente, que o manteve afastado, por toda a vida, de escolas literárias e mesmo do contacto com os círculos culturais do meio português. A esta intensa consciência individual aliou-se, no entanto, uma profunda afirmação da sua pertença à natureza humana, com que se solidariza na oposição a todas as forças que oprimam a energia viva e a dignidade do homem, sejam elas as tiranias políticas ou o próprio Deus. Miguel Torga, tendo como homem a experiência dos sofrimentos da emigração e da vida rural, do contacto com as misérias e com a morte, tornou-se o poeta do mundo rural, das forças telúricas, ancestrais, que animam o instinto humano na sua luta dramática contra as leis que o aprisionam. Nessa revolta consiste a missão do poeta, que se afirma tanto na violência com que acusa a tirania divina e terrestre, como na ternura franciscana que estende, de forma vibrante, a todas as criaturas no seu sofrimento. Mas essa revolta, por outro lado, não corresponde a uma arreligiosidade ou recusa da transcendência.
A sua obra, recheada de simbologia bíblica, encontra-se, antes, imersa num sentido divino que transfigura a natureza e dignifica o homem no seu desafio ou no seu desprezo face ao divino. A ligação à terra, à região natal, a Portugal, à própria Península Ibérica e às suas gentes, é outra constante dos textos do autor. Ela justifica o profundo conhecimento que Torga procurou ter de Portugal e de Espanha, unidos no conceito de uma Ibéria comum, pela rudeza e pobreza dos seus meios naturais, pelo movimento de expansão e opressões da história, e por certas características humanas definidoras da sua personalidade. A intervenção cívica de Miguel Torga, na oposição ao Estado Novo e na denúncia dos crimes da guerra civil espanhola e de Franco, valeu-lhe a apreensão de algumas das suas obras pela censura e, mesmo, a prisão pela polícia política portuguesa.

Contista exímio, romancista, ensaísta, dramaturgo, autor de mais de 50 obras publicadas desde os 21 anos, estreou-se em 1928 com o volume de poesia Ansiedade. Também em poesia, publicou, entre outras obras, Rampa (1930), O Outro Livro de Job (1936), Lamentação (1943), Nihil Sibi (1948), Cântico do Homem (1950), Alguns Poemas Ibéricos (1952), Penas do Purgatório (1954) e Orfeu Rebelde (1958). Na ficção em prosa, escreveu Pão Ázimo (1931), Criação do Mundo. Os Dois Primeiros Dias (1937, obra de fundo autobiográfico, continuada em O Terceiro Dia da Criação do Mundo, 1938, O Quarto Dia da Criação do Mundo, 1939, O Quinto Dia da Criação do Mundo, 1974, e O Sexto Dia da Criação do Mundo, 1981), Bichos (1940), Contos da Montanha (1941), O Senhor Ventura (1943, romance), Novos Contos da Montanha (1944), Vindima (1945) e Fogo Preso (1976).

É ainda autor de peças de teatro (Terra Firme e Mar, 1941; O Paraíso, 1949; e Sinfonia, poema dramático, 1947) de volumes de impressões de viagens (Portugal, 1950; Traço de União, 1955) e de um Diário em dezasseis volumes, publicado entre 1941 e 1994. Notável pela sua técnica narrativa no conto, pela expressividade da sua linguagem, frequentemente de cunho popular, mas de uma força clássica, fruto de um trabalho intenso da palavra, conseguiu conferir aos seus textos um ritmo vigoroso e original, a que associa uma imagística extremamente sugestiva e viva.

Várias vezes premiado, nacional e internacionalmente, foram-lhe atribuídos, entre outros, o prémio Diário de Notícias (1969), o Prémio Internacional de Poesia (1977), o prémio Montaigne (1981), o prémio Camões (1989), o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores (1992) e o Prémio da Crítica, consagrando a sua obra (1993).
Em 2000, é publicado Poesia Completa.

http://www.astormentas.com/PT/biografia/Miguel%20Torga
 

sábado, dezembro 29, 2012

Um novo ano: a contagem do tempo e a periodização da História


PERIODIZAÇÃO DA HISTÓRIA

A humanidade, como se sabe, é constituída por muitos povos. E cada um deles tem o seu jeito de ser e viver. Diferentes povos criaram diferentes calendários, ou seja, diferentes modos de contar e dividir o tempo. Para dar início à contagem do tempo, cada povo escolheu uma data que lhe é importante.

Os judeus, por exemplo, começam a contar o tempo a partir da criação do mundo. Para eles, este facto ocorreu 3761 anos antes do nascimento de Cristo.

Já os mulçumanos, que seguem a religião criada por Maomé, contam o tempo a partir de sua ida a cidade de Meca para Medina (na atual Arábia Saudita). Esse fato, segundo o nosso calendário, ocorreu no ano 622 do nosso calendário.

Os cristãos, por sua vez, escolheram o nascimento de Cristo para dar início à contagem do tempo. Este fato foi tomado como marco do calendário cristão.

Assim, por exemplo, o ano de 2005, para os cristãos, corresponde ao ano de 1383, para os mulçumanos, e de 5766, para os judeus.


Periodização da História

Tradicionalmente, divide-se a história em cinco grandes períodos:


Pré História: começa com o surgimento dos primeiros homens (aproximadamente dois milhões de anos) até a invenção da escrita, em cerca de 4000 a.C.


: de 4000 a.C até a queda do Império romano do Ocidente, em 476.


: de 476 até a invasão cidade de Constantinopla (atual Istambul) pelos turcos, em 1453.


: de 1453 até o início da Revolução Francesa, em 1789.


Idade Contemporânea: de 1789 até os dias atuais.


Yuri Gagarin foi o primeiro homem no espaço há 45 anos
Foi a 12 de Abril de 1961 que o voo de 108 minutos se realizou


Missão Marte

Críticas

Muitos estudiosos, porém, criticam esta divisão por diversos motivos.

Primeiro, porque esta divisão valoriza os fatos importantes para os povos da Europa e desconsidera o que se passava, por exemplo, na África ou na Ásia.

Terceiro, porque ainda há povos que não utilizam a escrita, o que não quer dizer que não possuam uma história.

Conhecer esta divisão , facilita a compreensão e produção de textos históricos.

fonte: BOULOS JUNIOR,Alfredo. coleção História Sociedade & Cidadania

http://www.tuia.com.br/Historia_Geral/index.htm

terça-feira, novembro 20, 2012

A partida do rei para o Brasil-29 de novembro de 1807

 
" Na manhã do dia 29 de Novembro de 1807, quem fosse ao alto de Santa Catarina em Lisboa poderia ver, para o lado do mar, as velas de uma enorme frota a afastar-se de terra. Eram os mais de quarenta barcos entre navios de guerra e mercantes, que levavam o principe regente de Portugal para o Brasil. Com D. João seguiam a família real e algumas das principais personagens da corte, do governo, dos tribunais e das Forças Armadas. Não há certeza, mas haveria talvez, contando com as tripulações, umas 5.000 a 7.000 pessoas a bordo, por entre papéis, roupa, mobília e mantimentos. Formavam uma pequena cidade flutuante, com mais habitantes do que muitas cidades do reino. Na História da Europa, já muita gente procurara na América a liberdade ou as oportunidades em falta no Velho Continente . Era a primeira vez que um Estado, através dos seus mais altos representantes e funcionários, fazia o mesmo. O principe D. João ( rei D. João VI a partir de 1816) e os seus colaboradores tinham uma boa razão: tentavam escapar ao exército francês, cuja vanguarda entrou em Lisboa precisamente no dia seguinte à saída da frota. Começava assim em Portugal aquela época que a periodização convencional chama " contemporânea"".

in HISTÓRIA DE PORTUGAL, Rui Ramos, Coordenador, 5º volume, página 35

 
 
 

 

sábado, novembro 10, 2012

O luxo é tão antigo como a civilização...


D. João V, adepto da ostentação e da opulência mandou 15 ultraluxuosos carros de aparato ao papa Clemente XI, liderada pelo Marquês de Fontes, para obter perrogativas especiais para a igreja portuguesa, entre as quais um cardeal patriarca para Lisboa.

O carro da imagem é o coche dos oceanos, alusivo aos descobrimentos, que fazia conjunto com o do embaixador e com o da coroação em Lisboa ( todos podem ser observados no Museu dos Coches em Lisboa).
photo
Para saber mais:
http://jmgs.fotosblogue.com/r583/Coches/2/

Este último tem as figuras da fama e da abundância, ladeando a cidade. A deusa da cidade surge com a sua cornucópia de flores e frutos e simboliza as riquezas que invadiram a capital do reino.

domingo, outubro 21, 2012

D. João V e as Amoreiras



Jardim das Amoreiras
Litografia colorida
George Vivian desenhou; L. Hacthe Litografou 
Séc. XIX (finais)

Amoreiras

Local cujo topónimo se deve ao facto de o Marquês de Pombal ter, em 1771, aí mandado plantar esta classe de árvores cujas folhas se destinavam a alimentar os bichos-da-seda, os quais garantiam a matéria-prima imprescindível para a Real Fábrica da Seda, ali fundada por D. João V.

Para saber mais sobre Lisboa, no museu da cidade:

http://www.museudacidade.pt/Lisboa/curiosidades/Paginas/Curiosidades.aspx

sexta-feira, maio 18, 2012

A Restauração da Independência

Em 1637 ocorreu o tumulto do Manuelinho de Évora, um pronuncio do que viria a ocorrer três anos mais tarde, em 1640, com a instauração da casa de Bragança em 1 de Dezembro de 1640, dia da restauração da independência de Portugal. A conspiração de 1640, contra o rei Filipe III de Portugal, foi planeada por um grupo de quarenta homens da nobreza que ficou conhecido como “os Conjurados”, dos quais se destacavam D. Antão de Almada, D. Miguel de Almeida e o Dr. João Pinto Ribeiro. Este grupo de homens acorreu ao Terreiro do Paço no sábado, 1 de Dezembro de 1940, e matou o secretário de Estado Miguel de Vasconcelos, além de aprisionarem a Duquesa de Mântua, prima de Filipe III e a quem este tinha confiado o governo de Portugal. Este momento foi o ideal para esta conspiração, pois o Reino de Espanha estava envolvido na Guerra dos Trinta Anos e estava mais preocupado em vencer a revolta da Catalunha do que propriamente com o território português. Após a restauração da independência, a maior preocupação de D. João IV, o novo rei de Portugal, e dos seus apoiantes passou a ser a consolidação do poder alcançado. Em primeiro lugar, seria necessário que D. João IV fosse reconhecido a nível nacional e internacional como o legítimo rei de Portugal. A nível nacional, isso foi conseguido prontamente com o juramento perante as Cortes de Lisboa, em Janeiro de 1641. Depois, D. João IV enviou vários embaixadores às várias capitais europeias com o objetivo de obter o apoio dos outros monarcas. Esse esforço foi bem sucedido. Mas, o maior problema que se colocava era de natureza militar pois seria de esperar que Espanha voltasse a atacar a soberania portuguesa. Se os espanhóis tivessem atacado de imediato, D. João IV não teria tido tempo para organizar os seus exércitos. Mas, devido à Guerra dos Trinta Anos, enquanto esta não terminou, Espanha não tentou atacar Portugal pois tinha todos os seus meios envolvidos nessa guerra. Assim, D. João IV teve tempo de conseguir preparar os seus exércitos e arranjar os meios necessários para custear os esforços de guerra. Investidas de Espanha Terminada a Guerra dos Trinta Anos, em 1648, os espanhóis passaram a fazer algumas campanhas, de forma esporádica e inconsequente, que os portugueses enfrentaram sem grandes dificuldades, sendo que, a primeira investida séria por parte de Espanha viria a dar-se apenas em 1663 quando já D. Afonso VI era o rei de Portugal. Nessa altura, Portugal perdeu as praças de Évora e Alcácer do Sal. Estes conflitos passaram a realizar-se de forma descontínua e irregular, quase sempre com vantagem para os portugueses. Algumas das batalhas que se realizaram nesse contexto foram a Batalha do Ameixal, em 1663, a Batalha de Castelo Rodrigo, em 1664, e a Batalha de Montes Claros, em 1665. O Tratado de Paz Se considerarmos que esta guerra entre Portugal e Espanha (Guerra da Restauração) se iniciou em 1 de Dezembro de 1640, podemos dizer que durou quase 28 anos, vindo a paz a ser assinada já durante o reinado de D. Pedro II de Portugal, em Lisboa, a 13 de Fevereiro de 1668. Nesse tratado, Espanha reconheceu a título definitivo a independência de Portugal.