Portal da Biblioteca Joanina
A Biblioteca Joanina deve o seu nome a D. João V, seu benfeitor, cujo escudo está esculpido no portal barroco. Situada no Pátio da Faculdade de Direito de Coimbra, a Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra - reconhecida como uma das mais originais e espectaculares bibliotecas barrocas europeias - foi construída entre 1717e 1728, no século XVIII, com madeiras exóticas e ouro do Brasil. O edifício, em estilo barroco, tem três andares, apresenta três salas que comunicam entre si por arcos decorados, encimados pelo escudo real e, completamente revestidos de estantes (seis dezenas), decorados com motivos chineses: na primeira sala em contraste ouro sobre fundo verde; na segunda, ouro sobre fundo vermelho e na última ouro sobre fundo negro. Foi totalmente executada por artistas portugueses. As suas paredes estão cobertas por estantes de dois andares, em madeiras exóticas, douradas e policromadas; os tectos pintados são da autoria dos pintores lisboetas Simões Ribeiro e Vicente Nunes, apresentam motivos alusivos às artes e às ciências e, no centro, uma figura feminina simboliza a Sapiência Divina.
Inicialmente conhecida por Casa da Livraria, a biblioteca incorporou os primeiros livros depois de 1750. Possui mais de 200 mil obras, de que se destacam exemplares de medicina, geografia, história, estudos humanísticos, ciências, direito civil e canónico, filosofia e teologia dos séculos XII ao XIX. Cerca de 40 mil volumes estão disponíveis no piso nobre, aquele que pode ser visitado. Na primeira sala estão arrumadas as obras relativas às ciências humanas; na segunda, as obras relativas às ciências naturais; e, na terceira sala, os volumes dedicados à teologia, ao direito canónico e às leis. Do seu acervo faz parte um exemplar da Bíblia Latina das 48 Linhas - assim chamada por possuir, exactamente, 48 linhas por página - impressa em 1462 por dois sócios de Gutenberg, considerada a mais bela das primeiras quatro bíblias impressas.
As colecções bibliográficas datam dos séculos XV, XVII e XVIII e representam o que de melhor havia na Europa culta naquele tempo. Todos estes exemplares bibliográficos estão em boas condições porque o edifício funciona como uma caixa-forte; as suas paredes exteriores de 2,11 metros de espessura, a porta feita em madeira de teca, o interior revestido com um tipo de madeira que absorve a humidade excessiva proporcionam um ambiente estável ao longo de todo o ano, favorável à conservação do livro. As estantes são feitas em madeira de carvalho, muito densa, liberta um odor que repele os insectos - papirófagos - e dificulta a sua penetração.
Tal como na Biblioteca do Convento de Mafra, também aqui habita uma colónia de morcegos que, durante a noite, se alimentam dos insectos. Porém, a presença destes mamíferos alados exige cuidados adicionais para prevenir danos causados pelos seus dejectos nas madeiras preciosas das mesas; todos os dias, ao fechar a biblioteca, um funcionário cobre os bufets (mesas) com toalhas de couro e, de manhã, retira-as e limpa o chão.
Esta biblioteca pode, hoje, ser visitada virtualmente. Para entrares, clica neste link.
imagens recolhidas em http://philmindspot.blogs.sapo.pt/31060.html
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1 comentário:
Este blog ,contém muitas informações e curiosidades...para quem gosta de História como eu ,tens um ótimo blog a seguir.
Parabéns.
Lú..
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