A 4 de agosto de 1914 chegava a notícia da declaração de Guerra da Inglaterra à Alemanha e um recado britânico que aconselhava o Governo Português a abster-se de proclamar a neutralidade, de modo a cumprir as suas obrigações internacionais que a aliança com Inglaterra lhe impunha.
Por pressão do Foreign Office, Portugal não podia declarar-se
nem beligerante nem neutral face à Guerra que eclodira na Europa. Contudo, a
partir da declaração de guerra que a Alemanha nos dirigiu em março de 1916, na
sequência do aprisionamento dos navios alemães em porto portugueses a pedido de
Inglaterra, Portugal acabou por se constituiur como país beligerante. Foi
constituído o Corpo Expedicionário Português (CEP) e assistiu-se à partida dos
mais de 75 mil soldados portugueses para a Flandres… seguiu-se o esforço de
guerra, as privações, as mortes...
Entre 1914 e 1918 partiram para a Guerra mais de 100 mil
soldados portugueses. Combaeram em África, lutaram na Flandres. Contam-se umas
40 mil baixas. Morreram quase 8 mil homens, outros tantos ficaram feridos; 6
mil foram considerados desaparecidos e mais de 7 mil foram feitos prisioneiros.
O balanço da I Guerra foi pesado, intenso e duradouro. Portugal
sofreria duramente o conflito. Para tanto, diga-se, bastava o elevado grau de
dependência externa que caracterizava o País, numa altura em que tudo, ou quase
tudo, o que precisava para que a sua economia funcionasse dependia do exterior.
A República, recém-implantada, soçobraria.
Fonte: “No centenário da Grande Guerra”, Maria Fernanda
Rollo, in Revista da Ordem dos Engenheiros, jan./fev. 2014, pp. 101-103
A Guerra surpreendeu sobretudo pela extensão da brutalidade avassaladora que aprisionou o Mundo.
Aquilino Ribeiro registou “A Guerra … copiou a vassoira das
bruxas, o corcel alado das valquírias e vem pelo escuro semear a destruição e a
morte” (domingo, 2 de agosto de 1914, Aquilino Ribeiro, em “É a Guerra”,
Amadora: Bertrand, 1958)
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