D. Pedro IV

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quinta-feira, janeiro 10, 2008

A LEGIÃO DE HONRA


Napoleão Bonaparte quis recompensar com um lugar de destaque os que mais e melhores serviços prestavam à França. Para tal criou, em 1802, “La Légion d’Honneur”, a Legião de Honra.
Com esta ordem, Napoleão não distinguia só militares, porque dizia “distinguindo os militares dos civis teria de criar duas ordens, quando a Nação é só uma” e afirmava que “pior ainda é só distribuir honras pelos militares”.
Foi então desenhada a divisa: uma estrela em esmalte branco, de cinco raios duplos, ligados por uma coroa de louro que tem de um lado, ao centro a cabeça de Napoleão e a legenda “Napoléon, Emp. des Français” e, do outro lado, a águia francesa com a legenda “Honneur et Patrie” (Honra e Pátria). Mais tarde, foi encimada com uma coroa com palmas ou com florões e com as pontas da estrela emboladas. O metal usado variava de acordo com a patente militar: prata para o grau mais baixo e ouro para os oficiais e os outros graus superiores.
Com a Corte no Brasil e ordens expressas para se não hostilizarem os Franceses, um grupo de militares portugueses, impossibilitados de aqui encontrar a honra como soldados, foi a França buscar a tão prezada honra.
Estes militares – entre eles o Marquês de Alorna -, descontentes, mal vistos, mal pagos, mal equipados, depois da derrota sofrida na “guerra das laranjas” e da perda de Olivença, mostraram-se disponíveis para, sob as ordens de Junot, reorganizar e enviar para França o Exército Português. Durante seis anos serviram e morreram pela França.
Durante a terceira invasão, os oficiais superiores portugueses integraram as hostes de Massena, para expulsar os Ingleses e seduzir a população para o lado dos Franceses.
Em Portugal, face à derrota sofrida pelo exército francês, o Marquês de Alorna e os aliados portugueses do invasor foram, à revelia, condenados à morte por traição. Os seus bens foram-lhes sequestrados, as suas famílias perseguidas e foram-lhes retirados “títulos, honras, dignidades e até o nome de ilustres portugueses”.
De França veio-lhes o reconhecimento. O Marquês de Alorna foi feito membro da “Lègion d’Honneur” com o grau de comandante. O general Inácio Pamplona, Gomes Freire, Cândido José Xavier e outros foram, também, condecorados pela coragem e talento demonstrados nas batalhas de Wagram, Smolensk, Borodino e Krasnoe.
Muitos deste militares acabaram por ficar em França e os condenados foram ilibados depois da revolução liberal de 1820.
José Norton, in Revista Actual, Jornal Expresso, 15 de Dezembro de 2007

1 comentário:

José Norton disse...

Parabéns pelo Blog e obrigado pela citação do meu artigo!

José Norton